9.9.14

Algum sonho

Ontem sonhei.

Aqueles sonhos claros e vívidos onde a mente tem plena certeza de que tudo não passa de um sonho e você não consegue deixar de lado a sensação de um bate papo com o subconsciente.

Era uma festa grande com muita gente, tanta gente que nos víamos, distantes em cada canto da enorme sala e não conseguíamos falar, mas nos víamos em toda a profundidade que tal ato pode existir.

E sorríamos, tínhamos descoberto alguma coisa nesse olhar longo e distante. Tínhamos descoberto um no outro aquela essência que a idade tenta esconder do mundo muito bruto, muito duro, muito pontiagudo. Tínhamos descoberto aquela pequena luz que brilha, que as pessoas chamam de criança interior.

Saímos de dentro um do outro e nos lançamos para algum lugar vazio, com cobertores felpudos de todos os lados, sem falar nenhuma palavra, ainda, mas nos vendo e nos comunicando pelo tato das tais cobertas felpudas, que dançavam e desenhavam perguntas ora levantando, ora baixando seus felpos.

Perguntamos um ao outro as coisas mais profundas, as dúvidas mais íntimas que a casca da vida já não deixa mais sair. Entendemo-nos e fomos embora.

Fomos embora e não voltamos mais para a festa já que as pessoas de lá não nos interessavam mais.

Nunca interessaram, apenas obstruíam o caminho para nos encontrarmos.

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